[ALUNO 03] Lição 13 - Justificação


[ALUNO 03] Lição 13 - Justificação


A Paz do Senhor! Tudo bem?

Você sabia que a doutrina da justificação foi a base para um importante episódio da história cristã? 

Quais as diferenças entre a redenção, a regeneração, a santificação e a justificação?

Quais as principais consequências da justificação pela fé em nossas vidas?

Vamos aprender? Boa leitura!


Tópico 1: Um pouco de história

Imagine viver num ambiente e numa época onde o acesso a informação e ao conhecimento fosse muito difícil. Assim era a vida de quem viveu na idade média (séculos V ao XV).

Entre tantos outros tipos de dificuldades estava o acesso a leitura da bíblia. 

Antigamente, as bíblias era copiadas de forma manuscrita. Logo, a quantidade de bíblias disponíveis para consulta era muito limitada. Porém, com a invenção da máquina tipográfica por Johannes Gutenberg, o acesso a Palavra de Deus começou a se expandir.

Nessa época, a Igreja Católica fazia a chamada venda de indulgências, ou seja, vendiam "o perdão de pecados" para a pessoa que tivesse o nome preenchido naquele documento. Um dos destinos do dinheiro arrecadado era a reconstrução da Basílica de São Pedro.

Porém, um monge chamado Martinho Lutero, ao examinar as escrituras (especialmente a carta de Paulo aos Romanos), escreveu 95 teses que contrariavam diretamente a prática do comercio de indulgências, tendo como base a doutrina da justificação pela fé:

Rm 1.17: "Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá pela fé." 

Iniciava-se, assim, a Reforma Protestante.



Tópico 2: Justificação

Assim como fizemos na aula passada para exemplificar a ideia da regeneração, podemos utilizar um exemplo bem interessante para compreender o que é a justificação.

Imagine-se em um tribunal, onde você é o réu

Seu crime? pecar contra Deus. 

O promotor (justiça de Deus, sobre a qual já falamos na lição 05 e na lição 08 desse mesmo trimestre) apresenta as evidências e, segundo elas, você deveria ser condenado.

O Juiz (Deus) examina as provas apresentadas e tende a sentenciar a sua condenação

Contudo, o advogado (Jesus), de posse de uma certidão escrita pelo "Homem de dores", argumenta que a culpa pelos pecados cometidos por você já foram pagos por Ele:

Is 53.3-7: "Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.

Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.

Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.

Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.

Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca."

Apresentando a certidão ao Juiz, o advogado diz que, se o crime cometido por você já havia sido pago por Ele, logo, o réu (você) está isento da culpa.

Assim, o juiz dá o veredito em seu favor: você é absolvido!

Pelo dicionário, justificação é definido como "ato ou efeito de demonstrar a inocência de".

Na vida real, a justificação é muito mais do que uma declaração de inocência ou perdão: ela faz com que o homem, pela fé em Jesus Cristo, seja considerado justo. 

Rm 5.1: "Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo"

Rm 8.1: "Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito"

Se levássemos em consideração apenas a justiça de Deus, estaríamos condenados ao inferno, pois, como bem sabemos, "o salário do pecado é a morte" (Rm 6.23). Por isso, em um ato de amor sem igual da parte de Deus, Ele enviou o seu único Filho para morrer por nós (Jo 3.16) e, assim, fossemos declarados justificados pela nossa fé em Cristo.

Tópico 3: Diferenças

Justificação x Redenção

  • Justificação
Sentença judicial de Deus, baseada no pagamento do resgate 
Tt 3.7: "Para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna."

Exige o cumprimento da justiça de Deus
Rm 3.21,22: "Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas;
Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença."

É a reação da justiça de Deus ao redentor
At 13.39: "E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê."

  • Redenção
Pagamento que liberta da escravidão
Cl 1.14: "Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados"

É o cumprimento da justiça de Deus
1 Tm 2.6: "O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo"

1 Co 1.30: "Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção"

Exige a figura de um redentor, que a execute
Rt 4.3,4: "Então disse ao remidor: Aquela parte da terra que foi de Elimeleque, nosso irmão, Noemi, que tornou da terra dos moabitas, está vendendo.
E eu resolvi informar-te disso e dizer-te: Compra-a diante dos habitantes, e diante dos anciãos do meu povo; se a hás de redimir, redime-a, e se não a houveres de redimir, declara-mo, para que o saiba, pois outro não há senão tu que a redima, e eu depois de ti. Então disse ele: Eu a redimirei"


Justificação x Regeneração

  • Justificação
Faz o pecador ser declarado justo diante de Deus
2 Co 5.21: "Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus."

Remove a culpa
Rm 8.1: "Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito."

Traz o perdão dos pecados
Rm 3.24,25: "Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.
Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;" 
  • Regeneração
Transforma a natureza moral do pecador
2 Co 5.17: "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo."

Promove um lavar regenerador
Tt 3.5: "Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo,"

Opera renovação espiritual
Rm 12.2: "E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus."


Justificação x Santificação

  • Justificação 
Acontece em um momento
Rm 5.9: "Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira."

Confere ao pecador uma nova situação jurídica diante de Deus

Atribui, instantaneamente, no momento da conversão, a justiça de Cristo ao pecador
Jo 8.11: "E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais."
  • Santificação
É um processo gradual (santificação experimental)
Hb 12.14: "Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;"

Confere ao pecador o desejo de consagração (santificação posicional)
Lc 8.38,39: "E aquele homem, de quem haviam saído os demônios, rogou-lhe que o deixasse estar com ele; mas Jesus o despediu, dizendo:
Torna para tua casa, e conta quão grandes coisas te fez Deus. E ele foi apregoando por toda a cidade quão grandes coisas Jesus lhe tinha feito."

Atribui, progressivamente, a partir do momento da regeneração, o desejo de separação do pecado
Lc 5. 27,28: "E, depois disto, saiu, e viu um publicano, chamado Levi, assentado na recebedoria, e disse-lhe: Segue-me.
E ele, deixando tudo, levantou-se e o seguiu."


Com base nos atributos e nos versículos acima podemos resumir da seguinte forma:

A Redenção (tema da lição 11) é o processo pelo qual consegue-se a libertação (ou a salvação) de si ou de outra pessoa. No nosso caso, Cristo nos redimiu da condenação através do Seu sacrifício na cruz do calvário.

Regeneração (tema da lição 12) é a transformação (ou o restabelecimento) de algo que estava destruído. Um exemplo que utilizamos na lição 12 é a ressuscitação de Lázaro por Jesus. No nosso caso, a regeneração se dá no âmbito espiritual através da ação do Espírito Santo nas nossas vidas

Já a Santificação é um processo contínuo, onde nós passamos a nos afastar e nos separar do pecado com o objetivo de manter uma comunhão cada vez mais próxima de Deus.



Tópico 4: Efeitos da Justificação

Rm 5.1-3:  "Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;

Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.

E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência,"

Entre outros efeitos da justificação, podemos considerar: 

Paz com Deus (Rm 5.1)

Você já teve aquela sensação de "tirar um piano das costas"? 

Quando Paulo diz que, por Jesus Cristo, temos paz com Deus, a sensação vai muito além da descrição acima. Mais do que descanso ou tranquilidade, passamos a estar reconciliados com Deus. 

O contato que antes havíamos perdido, agora foi restabelecido por Jesus Cristo graças ao seu sacrifício na cruz do Calvário. 

Entrada na graça (Rm 5.2)

Se não fosse a graça de Deus (assunto que foi tratado na lição 08) todos nós estaríamos perdidos. 

Porém, com a justificação, não apenas fomos declarados inocentes (nos livrando da condenação) como também somos declarados filhos de Deus: 

Gl 4.5: "Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos." 

Isto define muito bem a graça de Deus: mesmo não merecendo, Ele nos livrou e nos adotou, para que possamos ser chamados de filhos.

Alegria (Rm 5.3)

Como é possível nos gloriarmos (ou nos alegrarmos) nas tribulações? 

Se pararmos para pensar, a tribulação tende a nos trazer sofrimento e dor. Contudo, é na tribulação que aprendemos as melhores lições da parte de Deus. 

Como diz o hino 126, "os mais belos hinos e poesias foram escritos em tribulação". Logo, as tribulações são um poderoso instrumento para o nosso crescimento, em todos os aspectos.

Portanto, quando passarmos por alguma situação complicada, devemos pensar que tal circunstância é uma oportunidade para edificar a nossa vida e nos tornarmos pessoas melhores. E quando isso acontecer, devemos nos alegrar.


Conclusão

A justificação pela fé em Cristo nos livrou da condenação eterna. O homem, que antes estava condenado, agora, além de absolvido da condenação, passou a ser considerado justo diante de Deus. Após a redenção e a regeneração, a justificação nos convence a viver uma vida de santificação a Deus, sabendo que, dessa forma, teremos paz com Deus, estaremos sob a graça Dele e saberemos nos alegrar mesmo diante das situações mais adversas situações.

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Espero que você tenha gostado do artigo dessa semana. Se você conhecer alguém que possa ser ajudado ou inspirado por esse texto, não deixe de compartilhar ;)

Até a próxima semana,

A Paz do Senhor!

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